segunda-feira, 19 de março de 2007

SOLIDÃO POP


A solidão não quer andar de bicicleta
Nem pentear cabelo de boneca.
Quer tomar uma soda pop
Numa lanchonete futurista.
Quer passear de disco voador,
Quer estar em capa de revista.
Quer navegar no computador.
A solidão agora é pop.
Quer amanhecer o dia numa danceteria.
Quer chorar ouvindo IRM,
Quer sair da fossa dançando técno.
Não quer ir ao mercado fazer compras,
Nem passear com cachorrinho.
Não quer ir ao chá das cinco,
Nem ver o pôr-do-sol do Arpuador.
Quer acampar no Everest.
Quer estar só num submarino.
A solidão agora é pop.
Pop star.
Ela quer estar sob holofotes,
Enrolada em plumas e paetês.
Ela quer acampar na lua,
Quer brindar um drink fumaçante
Com um et.

Um comentário:

Vládia Queiroz disse...

eu fiquei ouvindo TomZé com essa poesia, acho que ele poderia fazer boas coisas com ela nas mãos.

Vlá