domingo, 25 de março de 2007


METADE


( para Luciana Verdena)


Os covardes nos amarão pela metade.

E os tolos aceitarão suas rosas murchas,

seus dias insalubres,

seu carinho pela metade,

suas desculpas de farpas,

seu medo de arriscar,

seus desejos retraidos.

Sim.

E nos amarão pela metade

os que têm medo de navegar em nossa alma,

em nossa poesia nem sempre lírica.

E os covardes nunca serão também amados por inteiro,

porque eles sempre serão metade:

metade compreensão,

metade amigo,

metade confiança,

metade ...

como se existisse meio- termo para amar.

Ou se ama,

ou se engana.

E enganados são os que nos amam pela metade.

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