METADE
( para Luciana Verdena)
Os covardes nos amarão pela metade.
E os tolos aceitarão suas rosas murchas,
seus dias insalubres,
seu carinho pela metade,
suas desculpas de farpas,
seu medo de arriscar,
seus desejos retraidos.
Sim.
E nos amarão pela metade
os que têm medo de navegar em nossa alma,
em nossa poesia nem sempre lírica.
E os covardes nunca serão também amados por inteiro,
porque eles sempre serão metade:
metade compreensão,
metade amigo,
metade confiança,
metade ...
como se existisse meio- termo para amar.
Ou se ama,
ou se engana.
E enganados são os que nos amam pela metade.
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