RECADO
Aos desavisados,
aos que não trazem nem rosas
nem poesia,
nem bomba,
nem maestria.
Aos vazios de peito, de alma,
de atrocidades e bondades.
As almas penadas, depenadas,
achatadas nas esquinas da vida alheia...
Aos coveiros de vivos,
as rapinas estripadoras de corações...
Aos cegos sem nenhum gosto nos olhos.
Aos cruéis, infiéis, menestréis da canção alheia...
Aos outros, esses que se alimentam de indiferenças,
me deixem em paz no meu pasto de burro,
na minha poesia de pedra,
na minha vidinha sem novidades,
no meu sexo sem véus,
no meu existir sem perdão.
Deixem-me que a minha vida é curta
e eu não tenho tempo pra alimentar
covardia e banalidades.
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