quarta-feira, 28 de março de 2007


SOLDADINHO DE CHUMBO

O amor,
árvore frondosa, frutífera,ainda em flor,
em plena primavera
tombou ao corte do machado do traidor.
Suas flores manchadas de sangue
bailaram no espaço da dor.
Tudo cessou, pássaros, manhã, formigas.
E do amor, sem seiva, sem raiz, sem força
pensou-se que nada restaria.
Infeliz machado afiado da traição
que no tronco robusto, sua lâmina fincou!
Seus braços que acariciavam,
feitos galhos que acolhem pássaros,
na fogueira queimaram.
Nas labaredas o amor derreteu-se,
tornou-se cinzas.
Depois de muito tempo,
encontraram entre restos de troncos queimados
um fruto vermelho em forma de coração
que ainda pulsava.

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