OUTRO AMOR
Meu amor é selvagem,
pedra a ser lapidada,
mas doce e delicado
no compasso do peixe
singrando outros rios.
Meu amor vai e vem
como as chuvas
trazendo sempre um novo sol,
por entre as folhagens da minha janela.
Meu amor
que não é só meu,
passarinho sozinho na selva de pedra
me tem num olhar acolhedor,
em afagos vagos,
em cigarros partilhados,
em conversassões transcendentes,
em risos soltos de palhaço ainda menino.
Nos temos num pouco
de uma vida vasta de sonhos.
Meu amor
tem a sua vida
fincada em minha poesia
nem sempre lírica.
E no palco onde atuamos
contracenamos o oposto dos iguais
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