domingo, 25 de março de 2007


OUTRO AMOR



Meu amor é selvagem,

pedra a ser lapidada,

mas doce e delicado

no compasso do peixe

singrando outros rios.

Meu amor vai e vem

como as chuvas

trazendo sempre um novo sol,

por entre as folhagens da minha janela.

Meu amor

que não é só meu,

passarinho sozinho na selva de pedra

me tem num olhar acolhedor,

em afagos vagos,

em cigarros partilhados,

em conversassões transcendentes,

em risos soltos de palhaço ainda menino.

Nos temos num pouco

de uma vida vasta de sonhos.

Meu amor

tem a sua vida

fincada em minha poesia

nem sempre lírica.

E no palco onde atuamos

contracenamos o oposto dos iguais

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