domingo, 18 de março de 2007


OUTRO CANTO

Deixem-me cantar esse canto,
de todo sentir,
de toda pulsação.
Canto de pássaro ferido,
de amor roubado,
de entranhas dilaceradas.
Abôio íntimo,suspiro da alma,
uivo de cão morrendo,
choro faminto de criança etíope.
Deixem!
Deixem que eu me devore em meu cantar,
em meu pesar de amor findado.
É o canto das horas tristes,
dos dias cansados,da esperança fatigada,
da poesia duraque fica depois do amor.
Deixem que em meu cantoeu me resolvo,
me absolvo e me absorvodo
pouco que ainda me resta,
réstia de descrença.

Nenhum comentário: