quinta-feira, 22 de março de 2007


POSSE

Quem me tem,
há de ter também a poesia,
o valor das coisas pequeninas,
a dor do final do dia que se despede.

Quem me tem há de ter também
o gosto da solidão que escreve o verso,
o olhar calado, maravilhado diante do amanhecer.

Quem me tem há de ter também a estranheza do existir,
o vazio que arrebata a vida para dentro de si.
Há de trazer nos olhos o gosto pelo belo,
a incerteza do caminho,
mas a vontade do caminhar.

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