terça-feira, 27 de março de 2007






AVISO AOS DE FORA



Deixem que minha vida siga em passos lentos

como o velório que sobe a ladeira.

Que meus dias

desfraldem remendados

como os trapos dos varais da pobreza.

De mim não queiram nada,

a não ser a poesia calma,

plantada nesses olhos tristes.

Deixem que a minha vida tome o seu rumo.

O rumo do rio que segue o mesmo leito sempre,

mas nunca é o mesmo por onde passa.

Em minha aldeia vivem homens descrentes da vida

e meninos embalados pela canção da esperança

de uma vida que se renova sempre.

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