segunda-feira, 27 de julho de 2009


poesia
poesia
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ela menstruará em setembro


rubras rosas e outras cores de primavera

quinta-feira, 15 de maio de 2008


escrevo a lápis

todos os meus enganos

para que em manhãs de chuva

eles se desvaneçam

cri
criei
cremei
o amor
e pra lápide
nem um verso ficou

sábado, 4 de agosto de 2007


ACOSTUMAVA

ACOMPANHAR O CIRCO.

UM DIA

ACOMPANHOU

MEU CORAÇÃO.

sexta-feira, 13 de abril de 2007


OUTRA CANÇÃO


A canção que escrevo
Não é bela nem feia,
Não é de sol nem de chuva,
É triste em qualquer dia,
Em qualquer estação.

Canção que não se diz,
Que não se canta,
Que não se declama,
Mas que se inscreve
Na veia fina do coração,
Na lápide fria dos ausentes.

A canção que escrevo
É a mesma que se sente
Na cólera,
Na ira dos condenados,
No ósculo de traição,
Na ingestão do veneno
E do antídoto.

Canção fúnebre e carnavalesca,
Máscara de Arlequim,
Punhal manchado de sangue,
Grito silencioso,
Música das horas interrompidas.

quinta-feira, 12 de abril de 2007


ATO DE ESCREVER



Eu escrevo

Como quem se suicida.

Como um tuberculoso:

escarrando mágoas.

Eu escrevo

como um filho faminto

que chora de madrugada

sobre o peito da mãe morta.

Como quem revê velhas cicatrizes.

quinta-feira, 29 de março de 2007




ENSAIO DA MORTE


Ele mora
no vigésimo andar,
e em noites tempestuosas,
ele pensa em se atirar.
A traição
lhe deixou um coração ferido
e uma vontade estranha
de morrer pelas entranhas.
Seu pai
calcula os lucros do dia,
sua mãe toca piano,
sua irmã, no banheiro,
ensaia passos de dança...
Ele trancado no quarto,
se envenena com ácidos e calmantes.
Discos e livros na estante.
A tartaruga alimentada,
plantas regadas.
Rituais do dia, cumpridos.
Tudo em ordem,
e um coração ferido.
Ele mora perto do céu,
na solidão do seu quarto,
onde os anjos nem a luz
vêm lhe visitar.
Ele está só,
e seu pai calcula os juros do dia.
Sua mãe toca sem culpa.
E sua irmã, no banheiro,
a bailar,
a bailar,
a bailar,
a bailaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar